Então, uma rotina muito puxada.
Em um domingo de tarde de inverno, eu fiquei em casa lendo um livro sentado na cama apoiado na cabiceira. Quando era mais ou menos umas 9 da noite, meu celular tocou e não consegui fechar a mão para pegar o celular. Achei esquisito mas pensei que as vezes por estar há muito tempo na mesma posição a minha mão estava dormente.
Como já estava bem cansado e tinha uma apresentação na segunda, resolvi dormir mais cedo e deitei de lado com o lado direito do corpo para cima. Acordei umas 3 e meia da manhã com o lado direito doendo um pouco e todo inchado. A diferença das mãos era claramente visível e não tinha força quase nenhuma do lado direito. Levantei e olhei no espelho. Tentei sorrir mas só o lado esquerdo respodeu. Daí pensei:
Ferrou, estou tendo um derrame!
Coloquei a primeira roupa que vi na frente e desci para a portaria do meu dormitório. - Chama um Taxi e liga para o hospital para avisar que eu estou indo! - pedi. Eles foram super solicitos, mas insistiram para alguém ir comigo e chamaram um dos japoneses que moram aqui.
Chegamos lá e o atendimento foi ligeiro, mas a espera foi eterna. Depois que a médica de plantão fez todos os exames e até a tomografia eu tive que esperar uma hora para ela me chamar de novo na sala para me dar o resultado.
Só para vocês terem uma idéia, enquanto eu tinha força de 40 quilos na mão esquerda, a mão direita só conseguiu apertar 10 quilos!!! E eu ainda sou destro.
Esperei até as 9h da manhã para ver o neurologista. E ele me recomendou ir para casa e marcou a ressonância para sexta. Cinco dias depois. Fui para casa. Esperei passar e depois fiquei mancando nos dois a três dias seguintes. No fim do terceiro dia eu dei uma melhorada boa. E aos poucos a força foi voltando.
Fiz a ressonância e o médico não achou nada e disse que não sabe o que eu tenho. Falou para que se acontecesse de novo para eu procurar um psiquiatra. "Antes no manicômio do que na mesa de operação." - falou o meu irmão com seu jeito muito sensível.
Agora a força voltou mas ficou um efeito colateral. O lado direito é mais sensível do que o esquerdo.
Explicando: sinto uma linha divisória no meu corpo. Enquanto o lado direito sente frio, o esquerdo sente calor. As vezes é muito incomodo para escolher roupa! haha sério.
A sensibilidade para pegar objetos também é diferente e ás vezes acho que tem algum relevo inexistente no copo.
É como se eu tivesse um programa que não serve para porcaria nenhuma ocupando memória do meu computador. Eu fico o tempo todo consciente do meu lado direito. É estranho. Um dia posso achar uma utilização para essa minha disfunção, alguma sugestão???
Abraços,
Gustavo Dore