domingo, dezembro 31, 2006

Eu vou falar alem do que estou dizendo

E sempre dificil saber por onde comecar mas como hoje e o ultimo dia do ano eu vou comecar dos ultimo dia de 2005. Estavamos eu, Bad, a Tania (noiva do Bad), Edivar e o Angelo na granja do Bad em Filgueiras para passar o ano novo. Eu levei meu playstation 1 de segunda mao que eu comprei do Lucas Doido com Winning Eleven que com certeza não comprei mas não me lembro como adiquiri. Existem possibilidades de eu ter pego emprestado com meu primo Thales e nunca ter devolvido... mas eu não tenho certeza, sei que fiz isso com Tekken3... rsrs. No meio de vinho e videogame e um clima de paz e amizade eu estava conversando com o Angelo e ele já estava preparado para sair do pais de UFV. E eu estava com a ideia do intercambio incravada na minha cabeca... como já expliquei milhoes de vezes, foi a Maria, amiga do Ulisses e que tocava no Duplo Deck e há seculos atras numa banda chamada Sidarta, que me abriu os olhos para o intercambio. A mae dela havia sido a responsavel pelas relacoes de intercambio da UFJF por muito tempo entao ela tinha contato com intercambistas e esse tipo de coisa. Ela virou para mim, no dia 26 ou 27 de dezembro daquele mesmo ano, e disse: Voce tem todo o perfil de quem faz intercambio, por que não?

Meus pais sempre falavam que quando eu crescesse eu ia parar com os videogames e quadrinhos as o que aconteceu? Eu vim parar no Japao. Em janeiro de 2006 entrei na aula de japones e fiz um intensivo do primeiro livro e em fevereiro comecei no segundo. O Marcelo e a Virginia do curso me incentivaram muito. Eu ia feliz e o tempo todo com a sensacao de que minha ida para o Japao estava certa. Eu sabia que o processo de selecao deveria ser rigoroso, mas a cada dia de estudo eu me sentia mais confiante. Nesse meio tempo conheci a Natalia Balbi, minha ex-namorada. Bem, a gente ficou umas duas vezes e ela me pediu em namoro. Eu disse: Estou indo para o Japao, e vou solteiro, vc quer ficar comigo mesmo assim? A ideia de ir solteiro não tem nada a ver com arrumar uma namorada japonesa. E tudo uma questao de relacionamento a distancia e preocupacoes que podem ser evitadas. Ela topou e a gente teve um relacionamento as mil maravilhas... chegamos ate a viajar junto e coisa e tal. Uma coisa interessante que aconteceu foi que introduzi ela no meu ciclo de amigos e eles se identificaram muito mais com ela do que comigo. Isso e muito facil de deduzir, eu não sou uma pessoa facilmente identificavel, quantas pessoas conversam sobre comunicacao, filosofia, rock, pop, novela, quadrinhos, psicanalise, tocam um instrumento, jogam basquete e handball e ainda e fanatico por videogames tudo ao mesmo tempo. Gosto de pensar que sou complexo, mas quem me conhece sabe que eu sou simples. Que sou previsivel apesar de tudo. Muito previsivel. As vezes e ate chato, mas e uma seguranca no fim.

Fiz as provas e fui aprovado. Que do de deixar tudo que construi para tras. Minhas maiores conquistas iam ficar de lado para algo que considero maior. O Granbery, que construi o estagio junto com amigos para sempre, Renata e Ulisses. O PET, que foi a melhor coisa que me aconteceu dentro da faculdade, um mundo aberto para o conhecimento. Não há remedio para saudade. Mas como eu coloquei uma vez numa letra de musica, "Um novo amor sempre acontece".

Fiz amizade com os intercambistas japoneses e me desculpo com eles por não ter consiguido dar mais atencao. Juro que fiz o que pude conciliando faculdade, as aulas de japones, o estagio no Granbery, o Pet, os amigos de faculdade, a "galera" (que se auto-intitula a galera; os japoneses sempre se assustam quando digo que no Brasil eu tinha um grupo de amigos que se reunia todo fim de semana que era em torno de dez pessoas – se contar todo mundo da ate mais mas no fim nem todo mundo se encontra todo fim de semana). Aqui no japao estou sendo muito bem tratado, na medida do possivel pela cultura japonesa. No Brasil os amigos sempre se reunem para fazer nada juntos, no Japao não. Nem pior nem melhor, so diferente.

Cheguei no Japao e vi tanta coisa diferente que não consiguia atualizar meu website a tempo de registrar tudo que vi por aqui. Era uma loucura, ate hoje ainda e. Cada dia uma novidade e um novo habito, uma nova comida, uma nova roupa, uma nova musica, um novo manga, um novo programa de televisao, uma nova pessoa legal, e uma nova pessoa chata... alguem que e muito chato sentou do meu lado e eu perdi toda a minha inspiracao de escrever por agora... e impressionante como algumas pessoas podem roubara a nossa felicidade. Acho que essa menina e um "dementador". Ninguem na casa gosta dela. Ah, tem esse outro aspecto que não me lembro de ter mencionado. A casa as vezes parece um big Brother. Pessoas se agrupam e fazem fofocas e mexericos sobre os outros. Acho que a verdade universal e que as pessoas gostam de falar mal das outras. Ai meu deus como eu gosto. Acho que e no espiritismo que falam que não devemos ficar fazendo pois tras mal fluidos para perto da gente, acredito que toda coisa negativa tras energia ruim. Porem se eu falar mal de uma pessoa para fazer uma outra pessoa rir, ou mesmo para demostrar amizade e identificacao com essa outra pessoa, acho que o efeito e anulado. A pessoa de quem estamos falando mal e que não pode saber. Magoar pessoas e sempre foda.


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Sejam legais Uns com os Outros

Gustavo Dore
gustavodore@gmail.com