sexta-feira, maio 29, 2009

Só um repassador de histórias

Hoje eu vou deixar registradas algumas histórias que ouvi no Japão de outros estrangeiros. São interessantes pois que não queria esquecê-las tão facilmente. Se escrevo, me lembro. =)

A primeira delas foi a que ouvi por último. Ouvi de dona Maria Rita, de Portugal.

Não me lembro exatamente como o assunto chegou nesse ponto. Mas ela me disse que, alguns anos atrás, em Portugal houve um ocorrido interessante relativo aos brasileiros. Em uma pequena cidade ao norte de Portugal, da qual ela não se lembra o nome, havia uma grande comunidade de brasileiros. E por via de regra, havia um extenso mercado para prostituição. Ah, me lembrei porque ela me contou essa história: Estávamos a discutir estereótipos. Pois bem, com o aumento de brasileiros na região a oferta também aumentou e diretamente supriu a demanda. Nota-se que falamos de um tipo de comércio. =) Mas havia algo de diferente naquela cidadezinha do interior do nosso país sede da colônia, as prostitutas (que não necessariamente precisamos eufemizar com Damas da Noite) tinham caso em geral com apenas um homem. Sendo dessa forma um tipo de amante muito barata. Mas a cidade era pequena e as brasileiras eram tantas que por fim todo homem adulto da cidade tinha para si uma brasileira de estimação. As mulheres da cidade se reuniram e foram as ruas protestar contra a pouca vergonha e a "fornicação" sem escrúpulos das brasileiras. Estas, nem um pouco intimidadas, diziam às redes de TV portuguesas, em alto e bom som, que as mulheres portuguesas não faziam seus maridos felizes. E por mais que as portuguesas pudessem insultar as brasileiras, essa era uma guerra perdida. 


A segunda história de hoje veio do meu amigo Kimjong, da Coréia do Sul

Kimjong trabalha para o ministério das relações internacionais da Coréia e pediu para estudar japonês no Japão. ele já é casado e tem uma filha de 1 ano e meio. Arrisco dizer que Kim está entre as pessoas mais agradáveis que já conheci. Um cara de bom humor e que consegue ver a situação engraçada em meio a tragédia. A história de hoje é um pouco trágica. Kim conta que durante o seu tempo de militar, (assim como no Brasil o serviço na Coréia do Sul é obrigatório para homens acima de 18 anos), ele foi enviado durante um tempo para a fronteira com a Coréia do Norte. Diz ele que a guerra ainda não acabou. Que podemos dizer que os presidentes apertaram "Pause" no controle remoto. E por isso ainda existem os campos minados. - "Mas a princípio os campos são longe das cidades" perguntei em tom de afirmação. No entanto, não esperava por aquela resposta. Kim disse que em junho e julho, assim como no Japão, existe na Coréia a temporada de chuvas. Chove intensamente durante esses meses, as vezes por vários dias seguidos. Os campos minados são inundados e a enxurrada leva as bombas para o pé do morro ou para o leito dos rios. Ainda hoje ouvem-se casos de crianças deformadas pelas bombas de uma guerra que não existe.

Outro dia eu continuo,
Se divirtam

Gustavo Dore


1 comentário:

Renata Prado disse...

Deve ser muito legal conhecer pessoas assim... de lugares diferentes.

Por falar em Coréia do Sul, aposto que você não terminou de ver Jumong. Bom, aqui em casa a preocupação com a guerra é grande (precisamos de novas novelas coreanas herere...). Baixei uma japonesa pra minha mãe (a Smile, com o Matsu Jum), e ela reclamou. As japonesas perderam totalmente a graça para ela (para mim também... exceto Nodame, claro!). Por falar nisso, arranja algo legal da Nodame aí pra eu comprar... Um costume de Monguso seria legal hererer...

Bjos